quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Agricultura






O dom natural de cuidar de plantas

Com a imigração japonesa, a maior parte dos imigrantes veio para o Brasil para trabalhar no campo. Foi a partir do café também que os imigrantes japoneses deram uma de suas maiores contribuições ao Brasil: a ajuda ao desenvolvimento agrícola. Até o século XIX, o Brasil só vivia da cana, algodão e café e tinha uma mão-de-obra sem qualquer qualificação. Os japoneses representaram uma evolução fantástica na área do café e rapidamente desenvolveram outras produções. Assim como imigrantes de outras nacionalidades que se estabeleciam no país a partir do final do século XIX, os nipônicos formaram cooperativas de produção agropecúarias assim que chegaram. Após anos de crescimento contínuo, os núcleos japoneses introduziram novas tecnologias e impulsionaram o movimento cooperativista no Sudeste do país.

O primeiro sindicado se chamava "Syndicato Agrícola Nipo-Brasileiro", em Uberaba (MG), em 1919. Teve vida curta, mas serviu de inspiração para outras iniciativas. A mais importante surgiu em São Paulo, em 1927: a Cooperativa Agrícola de Cotia (CAC). Formada por 83 agricultores teve tanto sucesso que se tornou a maior entidade do gênero na América Latina. Em 1988, contava com mais de 16 mil associados, mas foi liquidada na década de 90. Segundo Américo Utumi, assessor da presidência da Ocesp e diretor da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), A CAC foi um marco na agricultura brasileira. Por meio dela, os japoneses modificaram hábitos de alimentação, com a introdução de legumes e sucos congelados.

Na década de 30, os números já justificavam a importância dos imigrantes japoneses na agricultura brasileira. Em 1931, por exemplo, a produção de caroço de algodão dos nipônicos representava 31% da produção paulista. Eles também começavam a ganhar destaque nos cultivos de feijão, amendoim, mandioca, cebola, bicho-da-seda, chá e batata. ”O agricultor japonês é e sempre foi sistemático. É disciplinado, organizado e trabalhador. Além de tudo isso, tem o dom natural de cuidar de plantas”, argumenta Pratini de Moraes, ao justificar o sucesso dos japoneses no país.

Hoje, o agronegócio é responsável por 33% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, 42% das exportações tupiniquins e 37% dos empregos no País. Com 388 milhões de hectares de terras agricultáveis férteis e de alta produtividade, além de outros 90 milhões ainda a serem explorados, o Brasil é o maior exportador mundial na produção de café, açúcar, álcool e sucos de frutas. Com a chegada dos japoneses ao país, Brasil e Japão acertaram convênios de cooperação agrícola, com isso, o Brasil usufruiu alta tecnologia e experiências extremamente válidas, que foram proveitosas para a consolidação da agricultura brasileira.

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