quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Um pouco de história...


>> O porquê da imigração

Japão sofria com superpopulação no século XIX. Isso porque passou 264 anos isolado devido ao regime do Xogunato Tokugawa (ditadura militar feudal / 1603 - 1867), sem guerras, epidemias trazidas do exterior ou emigração.

Com a Era Meiji (ocidentalização japonesa e período de modernização / iniciada em 1868), foram introduzidas no país, modernas técnicas agrícolas, como a mecanização, que deixou milhares de camponeses desempregados. Outros ficaram endividados e/ou sem terra, resultado dos altos impostos cobrados durante a restauração Meiji. Os trabalhadores rurais migraram para as grandes cidades, reduzindo a demanda de emprego e criando uma grande massa de miseráveis.

Assim, a emigração de trabalhadores japoneses para outros países começou em 1870, bem antes que no Brasil. Os principais destinos eram Estados Unidos (principalmente Havaí), Peru e México.

>> Imigração para o Brasil

Em 1888, com a assinatura da Lei Áurea, a abolição da escravidão deu impulso para a imigração no Brasil, que necessitava de mão-de-obra devido a expansão cafeeira no país. O primeiro aceno brasileiro para a vinda de japoneses se dá em 1895, quando os dois países assinam o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação. Inicia-se uma campanha estimulando os japoneses a emigrarem.

Em 1906, Ryu Mizuno, da Cia Imperial de Imigração, vem ao Brasil para inspecionar regiões agrícolas e no ano seguinte, assina um acordo com o governo de São Paulo para introdução de imigrantes no estado.

Até que em 1908, finalmente, atraca no Porto de Santos o Kasato-Maru, trazendo 781 japoneses para trabalhar no Brasil, depois de cerca de 50 dias de viagem, nas lavouras de café. No Japão, propagandas faziam referência do produto como o “ouro preto” e falando em grandes oportunidades de emprego e bons salários, o que era uma ilusão.

Dois anos depois, chega o segundo navio à Santos, o Ryojun Maru, trazendo mais 906 nipônicos.azendo mais 906 nipo idades de emprego e bons salsato-Maru, trazendo 781 japoneses para trabalhar no Brasil, depois de 5

Em 1914, o governo paulista interrompe a contratação de imigrantes. Apesar disso, até 1915, o chegaram ao Brasil mais 14.983 imigrantes. Mas o auge da imigração se deu após o fim da Primeira Guerra Mundial. Entre 1917 e 1940, 164 mil japoneses vieram para o Brasil, muito em razão do banimento americano em relação à entrada dos asiáticos em seu país.

O fato de outros países, como Austrália e Canadá, também restringirem a entrada de japoneses em seu território, fez com que o Brasil fosse um dos únicos a ainda aceitar imigrantes nipônicos.

Na década de 1930, 75% dos japoneses foram para São Paulo, onde havia necessidade de mão-de-obra nos cafezais. Entretanto, novas frentes de trabalho se abriram em cultivos de morango, chá e arroz. Também neste período foi notada a formação de pequenas comunidades nipo-brasileiras no Pará, atraída pelo cultivo de pimenta-do-reino. O BRASIL JÁ ABRIGAVA A MAIOR COLÔNIA JAPONESA FORA DO JAPÃO.

Em 1938, ano antecedente à Segunda Guerra Mundial, o Governo Federal começou a limitar as atividades culturais e educacionais dos imigrantes. Em dezembro, decretou o fechamento de todas as escolas estrangeiras, principalmente as de japonês, alemão e italiano.

As comunidades oriundas dos países integrantes do Eixo Roma-Berlim-Tóquio começaram a sentir os sintomas do conflito iminente. Em 1940, todas as publicações em japonês tiveram a sua circulação proibida. No ano seguinte, chegaram as últimas correspondências do Japão. Até o fim da guerra, os japoneses viveram um período de severas restrições, inclusive o confisco de todos os bens.

No período pós-guerra, Yukishige Tamura é eleito vereador em São Paulo, no ano de 1948. Com o clima de paz já reestabelecido, Brasil e Japão fecham um acordo comercial bilateral. Em 1950, os bens confiscados pelo Governo Federal são devolvidos. Com o acordo comercial, as empresas japonesas começam a entrar no Brasil, em 1953.

Em 1967, o príncipe herdeiro Akihito e a princesa Michiko visitam o Brasil pela primeira vez. Na recepção ao casal imperial, a comunidade nipo-brasileira lotou o estádio do Pacaembu.

O Nippon Maru, último navio a transportar imigrantes japoneses para o território brasileiro, atraca no Porto de Santos, em 1973.

>> Imigração Consolidada

Nas eleições de 1962, a integração político-social entre nipônicos e brasileiros se consolida. Nada menos que seis políticos são eleitos nas urnas (três para a Câmara Federal e três para a Assembléia Legislativa de São Paulo).

Outro marco importante. Em 1964 houve a inauguração da sede da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistencial Social (Bunkyo) na rua São Joaquim, no bairro da Liberdade. O Bunkyo passou a promover e coordenar a maioria dos grandes eventos com envolvimento da comunidade nipo-brasileira como um todo: aniversários da imigração, visitas ao Brasil de membros da Família Imperial etc.

Em 1988, no 80º aniversário da imigração, o Censo Demográfico da Comunidade, feito por amostragem, estimava o número de nikkeis no país em 1.228.000 pessoas.

>> Resistência brasileira aos nipônicos

O marechal Deodoro da Fonseca, então primeiro presidente brasileiro após a proclamação da república, assinou em 1890, um decreto, em conjunto com o ministro da Agricultura Francisco Glicério, que praticamente proibia a entrada de imigrantes africanos e asiáticos no Brasil. Nele constava que, a entrada dos mesmos, teria de ser aprovada pelo Congresso Nacional.

Dois anos depois, entrou em vigor a lei nº 97, que autorizava a entrada de chineses e japoneses no país.

Entretanto, havia muito preconceito em relação aos asiáticos por parte dos brasileiros. Aqueles eram vistos como inferiores devido às diferenças físicas e culturais, e prejudicariam o “branqueamento” brasileiro com a entrada de europeus no território. Havia também o medo do "perigo amarelo", isto é, que as grandes populações de orientais se espalhassem étnica e culturalmente pelas Américas.

>> Pré-imigração

Em 1906, um grupo de japoneses chegou ao país com o objetivo de estabelecer uma colônia. Liderados por Saburo Kumabe, advogado japonês, a caravana fixou-se na fazenda Santo Antônio, em 1907 (sete meses antes da chegada do Kasato-Maru) no que hoje é a cidade de Conceição de Macabu, Norte-Fluminense do estado do Rio.

Chegou ao fim em 1912, muito certamente devido à falta de conhecimento das técnicas de agricultura, pelo fato da pequena colônia ser formada por integrantes da elite japonesa (como advogados, professores e funcionários públicos).

Agricultura






O dom natural de cuidar de plantas

Com a imigração japonesa, a maior parte dos imigrantes veio para o Brasil para trabalhar no campo. Foi a partir do café também que os imigrantes japoneses deram uma de suas maiores contribuições ao Brasil: a ajuda ao desenvolvimento agrícola. Até o século XIX, o Brasil só vivia da cana, algodão e café e tinha uma mão-de-obra sem qualquer qualificação. Os japoneses representaram uma evolução fantástica na área do café e rapidamente desenvolveram outras produções. Assim como imigrantes de outras nacionalidades que se estabeleciam no país a partir do final do século XIX, os nipônicos formaram cooperativas de produção agropecúarias assim que chegaram. Após anos de crescimento contínuo, os núcleos japoneses introduziram novas tecnologias e impulsionaram o movimento cooperativista no Sudeste do país.

O primeiro sindicado se chamava "Syndicato Agrícola Nipo-Brasileiro", em Uberaba (MG), em 1919. Teve vida curta, mas serviu de inspiração para outras iniciativas. A mais importante surgiu em São Paulo, em 1927: a Cooperativa Agrícola de Cotia (CAC). Formada por 83 agricultores teve tanto sucesso que se tornou a maior entidade do gênero na América Latina. Em 1988, contava com mais de 16 mil associados, mas foi liquidada na década de 90. Segundo Américo Utumi, assessor da presidência da Ocesp e diretor da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), A CAC foi um marco na agricultura brasileira. Por meio dela, os japoneses modificaram hábitos de alimentação, com a introdução de legumes e sucos congelados.

Na década de 30, os números já justificavam a importância dos imigrantes japoneses na agricultura brasileira. Em 1931, por exemplo, a produção de caroço de algodão dos nipônicos representava 31% da produção paulista. Eles também começavam a ganhar destaque nos cultivos de feijão, amendoim, mandioca, cebola, bicho-da-seda, chá e batata. ”O agricultor japonês é e sempre foi sistemático. É disciplinado, organizado e trabalhador. Além de tudo isso, tem o dom natural de cuidar de plantas”, argumenta Pratini de Moraes, ao justificar o sucesso dos japoneses no país.

Hoje, o agronegócio é responsável por 33% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, 42% das exportações tupiniquins e 37% dos empregos no País. Com 388 milhões de hectares de terras agricultáveis férteis e de alta produtividade, além de outros 90 milhões ainda a serem explorados, o Brasil é o maior exportador mundial na produção de café, açúcar, álcool e sucos de frutas. Com a chegada dos japoneses ao país, Brasil e Japão acertaram convênios de cooperação agrícola, com isso, o Brasil usufruiu alta tecnologia e experiências extremamente válidas, que foram proveitosas para a consolidação da agricultura brasileira.

Animês

A arte pop japonesa

Sem dúvida, os desenhos são um importante legado da cultura japonesa em nosso país. Hoje, os desenhos animados (animês) e as histórias em quadrinhos (mangás) são verdadeiras febres entre entusiastas da cultura japonesa no país. No Brasil, os mangás vieram com os imigrantes japoneses que aqui desembarcaram. Logo que surgiram as primeiras importadoras de revistas e jornais japoneses, este tipo de quadrinho se tornou uma forma de acompanhamento do que acontecia no Japão. Na época, os quadrinhos eram meras ilustrações e faziam sucesso entre os imigrantes nipônicos, mas não tinha tamanho impacto com o resto da população. Segundo a pesquisadora Sônia Maria Bibe Luyten, o país apresentava um cenário próspero, sendo assim, muitos descendentes de japoneses que liam mangá também tomaram gosto pelo desenho e entraram no mercado editorial brasileiro nos anos 60. Com a inserção no mercado de desenhistas como Julio Shimamoto, Paulo Fukue, entre outros, o estilo japonês de se fazer quadrinhos crescia no Brasil, tornando o país o primeiro a produzir mangás no ocidente.

Nos anos 80, após a criação da divisão de quadrinhos da editora Abril, o estilo passou a ter mais conhecimento do público, visto que os mangás agora tinham um espaço na mídia local. O crescimento era evidente, a partir disso, a Abrademi (Associação Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações) foi fundada em fevereiro de 1984, essa que seria a primeira associação do gênero do Brasil. Quando a Abrademi começou, boa parte dos participantes era descendente de japoneses, que cresceram lendo o mangá em japonês, e tinham adquirido conhecimento e os traços do estilo.


Hoje, o leitor do gênero, na verdade, junta os fãs de desenhos animados da TV ou de games, e não propriamente fãs das histórias em quadrinhos. Depois que os desenhos animados japoneses fizeram sucesso na TV, na década de 1990, as editoras decidiram correr atrás, publicando os mangás exibidos no veículo de comunicação ou que fizeram sucesso em outros países. Os desenhos japoneses (animês) tratam-se de uma representação animada de um mangá, sendo seus traços totalmente baseados nas historias em quadrinhos. O mangá é, antes de tudo, um meio de comunicação de massa e um estilo de histórias em quadrinhos. O japonês criou e consolidou um estilo de história em quadrinhos que passou a ser aceito no mundo inteiro. No entanto, nem todos os trabalhos possuem importância cultural, muitos dos quais devem ser classificados apenas como entretenimento.

Os animês consolidaram os quadrinhos japoneses em forma de desenho animado. Hoje em dia temos no Brasil milhares de fãs assíduos da cultura japonesa, e os desenhos animados é um dos principais responsáveis, se não o principal por esse fenômeno. Os desenhos, por mais que tenham traços japoneses, são frutos da cultura de massa. Esses animês, consolidados na cultura pop nos anos 90 nos Estados Unidos, são compostos por modelos e valores que possibilitam a compreensão e apreciação do conteúdo da cultura televisionada. Os personagens vistos hoje em desenhos como Pokémon, Digimon, Dragon Ball, Dragon Ball-Z, curtas metragens como Power-Rangers, Cavaleiro do Zodíaco, etc, podem ter sua origem oriental, entretanto toda ambientação e narrativa são influenciados pelo mundo ocidental. A carga cultural japonesa não é representada de fato nesses desenhos, que pelo contrário, representam nossa cultura ocidental em moldes orientais. De fato, há exceções. Aqueles que realmente são fanáticos por animês não se prendem aos programas exibidos dentro da grade local (esses que se adequam a valores ocidentais). Na internet é possível encontrar animês que não são exibidos na TV brasileira, por justamente não se adequarem à linguagem proposta para televisão. Sites de fãs disponibilizam um extenso conteúdo de animês, que muitas vezes, a maioria da população desconhece e nem desconfia que exista.

Um Gênio na terra do Sol nascente

Depois de ter se aposentado por uma contusão gravíssima sofrida no joelho em 1990, Zico retornou ao futebol em 91, para disputar o Campeonato Japonês. Seu retorno aos gramados, junto com outros jogadores famosos já aposentados ou em vias de se aposentar é hoje apontado como uma das maiores razões da popularização do futebol no Japão.

Em 1994, deixou definitivamente de atuar como futebolista. No Japão ele atuou pelo Sumitomo Metals e pelo clube originado deste, o atual Kashima Antlers, de 1991 a 1994. No clube, veio a ser campeão em quatro oportunidades.

O Galinho ganharia também uma bela estátua em sua homenagem. Zico é muito reverenciado no Japão, e outra prova disso, é o apelido carinhoso "God of Soccer" (Deus do Futebol).

Mais tarde, o Galinho de Quintino retornaria ao país do qual foi ídolo, mas com uma nova missão: levar os japoneses para mais uma Copa do Mundo de 2006, feito que conseguiu com autoridade, conseguindo o primeiro lugar nas eliminatórias.

Na Copa, a sorte não acompanhou a esquadra nipônica, que ficou em último lugar numa chave que tinha Brasil, Austrália e Croácia.

O ex-jogador abriu as portas orientais para diversos outros jogadores brasileiros que já jogaram ou atualmente jogam no Japão, casos de Washington (hoje no Fluminense), Edmundo, Danilo (ex-jogador do São Paulo) entre outros.

Alguns jogadores se identificaram tanto com a cultura, costumes e vida japonesas que...viraram japoneses. Esse foram os casos de Wagner Lopes, que se naturalizou e jogou a Copa do Mundo de 1998 com a camisa da seleção asiática e de Alex Santos, paranaense que disputou a Copa do Mundo de 2006, sendo comandado por Zico.



Golaço de Zico pelo Kashima


Galinho explica sua ida para o Japão

Estilo de vida - a família japonesa


A Família é a base da sociedade japonesa, cercada por um forte responsabilidade. A cultura japonesa hoje é extremamente diversificada. É uma fascinante mistura entre novo e velho, oriental e ocidental.
Os japoneses são ditos tímidos e fechados e muitos, que vivem no Brasil, mantém alguns costumes de seu país.
Uma família, moradora da zona sul, em que os pais são filhos de japonês, conserva o costume de reunir-se todos os dias, para jantar, em sua mesa baixa, como as de antigamente, com todos os pratos que tem direito.
Além disso, todos da casa são “rigorosamente” japoneses: as filhas são super estudiosas, têm ótimas notas e são muito tímidas, como a maioria deles.
No Japão,as tradições antigas e as tecnologias avançadas unem-se para criar um estilo de vida único. Apesar da timidez estereotipada, os adolescentes japoneses adoram música e fazer compras nas mais modernas lojas de eletrônicos. Sem mencionar o campeonato nacional de karaokê.

Culinária Japonesa

Por ser um “país-arquipélogo”, o Japão retira do mar a maioria de seus alimentos. Os peixes, as algas e frutos do mar estão presentes em praticamente todos os pratos da culinária japonesa. Já o arroz, outro alimento muito consumido no país, é uma cultura de alta produção em áreas pequenas.

Quando chegaram ao Brasil, instalaram-se nas fazendas de café, no interior, e aos poucos chegaram ao porto de Santos para “voltar” a consumir seus alimentos de costume.
Quando os primeiros japoneses chegaram ao país trouxeram muitos hábitos esquisitos: comer com o-hashi (os tradicionais pauzinhos), por exemplo. Ao mesmo tempo em que alguns hábitos eram passados para os brasileiros, eles assimilavam outros, como o costume de comer café e pão na manhã.






O sushi (combinação de salmão ou atum cru com arroz) é o principal prato japonês. Há também o sashimi (salmão ou atum cru) e todos os combinados enrolados com algas, como: Califórnia (Kani kami, manga e pepino), Filadélfia (Salmão e cream cheese), Skin Maki (Pele de salmão grelhada, cebolinha e molho tare).








A comida japonesa é muito popular mundialmente, não apenas pela sua apresentação e sabor, mas também por ser considerada uma comida muito saudável. Ela busca conservar seu frescor e realçar seu aroma e sabor. Em geral, pode-se dizer que a dieta japonesa é muito saudável, pois contém todos os nutrientes necessários em uma refeição.
Peixe – grande fonte de proteína e a melhor de ômega 3
Alga - vitamina C (importante para o sistema imunológico)
Gengibre - antibiótico, antiinflamatório e forte anti-oxidante
Soja - reduz os níveis de colesterol ruim (LDL) no sangue, evitando o acúmulo de placas de gordura nas artérias
Cogumelos - ácido glutâmico (bom para o sistema imunológico)
Chá verde – agente digestivo




Cerca de dois anos, têm crescido o número de restaurantes japoneses no país, sobretudo de um tipo específico, os temakis (sushis grandes). Alguns acreditam que os temakis são mais fácies de comer, por não precisar dos “pauzinhos”, outros dizem que apenas com uma mordida, eles já estão destruídos e então, complica comer o resto. Os fast foods japoneses, como são conhecidos, estão crescendo cada dia mais. No verão de 2008, em Trancoso (Bahia) havia uma Koni Store (temakeria) temporário, ou seja, quando acabasse o calor, ela deixaria de existir.
É, é isso... As temakerias prometem invadir cada vez mais nossa cidade e nosso país.

Artes Marciais Japonesas


A história mais divulgada de praticamente todas as artes marciais orientais se insere na mesma tradição lendária da origem do Zen, ao qual se pretende que estas Artes Marciais estejam ligadas em sua origem. O Zen teve origem na Índia, através da difusão feita por missionários budistas saídos desta região e, nesta linha, se chega à figura lendária de Bodhidharma, indiano que teria sido o 28.º patriarca do Zen, fundador do Monastério Shaolim na China, de onde se teriam originado os estilos de "Kung Fu" (Wu Shu) na China, que teriam sido exportados para o resto do Oriente.

Esta versão é uma clara tentativa de ligar todas as Artes Marciais orientais a esta lendária origem comum com a origem do Zen.
Mas se mesmo esta origem do Zen, na literatura especializada no assunto, é vista pelos estudiosos sérios, como Allan Watts, como tentativa piedosa de traçar uma ligação contínua da tradição com a origem remota na figura do Buda, com muito mais razão o estudioso sério de Artes Marciais deve ser alertado para o perigo de aceitar a Índia ou mesmo a China como "origem" de todos os estilos de luta oriental.
Toda arte japonesa ao harmonizar corpo, mente e espírito, reflete os princípios religiosos do xintoísmo.

O xintoísmo moldou as artes ensinando o respeito e a necessidade de convivência com o próximo para nosso aperfeiçoamento como homens. Para os praticantes das artes marciais japonesas, o local de treinamento, é como no xintoísmo, terreno sagrado, merecedor de respeito e reverência. É local de aprendizado e elevação espiritual, para o que as lutas são meros instrumentos, por isso, é muito natural que lutadores de judô, sumô, kendô ou outra arte marcial reverenciem o local da prática e o adversário, antes e depois da luta. Natural também que as regras éticas tenham moldado as regras esportivas, surgidas depois.




Artes marciais japonesas:
• Bujutsu.
• Aikido.
• Ninjutsu.
• Sumô.
• Iaido.
• Iaijutsu.
• Jiu-Jitsu.
• Judô.
• Karatê.
• Kendo.
• Kenjutsu.
• Sojutsu.
• Kyudo
• Kyujutsu.
• Kempo.
• Naginata.


Para os japoneses não há a perfeição como objetivo a ser atingido. A concepção de perfeição é zen-budista: está no buscar, no caminhar, por isso, grande parte das artes japonesas, têm a finalização dô (caminho). Shodô é o caminho da escrita, kadô, o caminho das flores ou dos arranjos florais também conhecido como ikebana, kadô, com outro kanji para “ka” significando poesia, é o caminho da poesia ou a arte do poeta, butsudô, o caminho dos ensinamentos budistas, sadô ou chadô, o caminho do chá ou a arte da cerimônia do chá, kendô, o caminho da espada, judô, caminho suave ou caminho da luta suave, karatê-dô, caminho da arte marcial de mãos vazias.

Mesmo que se repute perfeita a arte, o mestre se considera apenas no caminho porque cada execução é única, irrepetível, irretocável, produto do estado de alma naquele exato instante. E executa-se porque o enlevo da alma é também único para cada instante. A cultura japonesa considera natural trilhar o caminho do aprimoramento da alma. A arte é apenas um dos meios para isso.

As artes da luta também se dividem em três grupos:

• Bugei = o sistema é simplório, se referindo a técnicas de guerrear com o aprendizado voltado à manipulação e domínio de equipamentos bélicos tradicionais, como o arco e flecha, os diferentes tipos de espada, lança, alabardas, foices, bastões, machados, correntes, dentre vários outros, característicos da época e região.

• Bujutsu = Ele está relacionado a todas as modalidades técnicas necessárias para o combate corporal, é composto por um conjunto de técnicas do bugei, definido como bugei juhappan (as 18 disciplinas de combate), incluindo equitação e natação; foi estabelecido após o período Kamakura japonês (1192-1333), após a chegada da classe samurai ao poder, sendo sua prática limitada a membros da elite guerreira, cabendo o domínio total das técnicas somente a uma pessoa, o fundador do estilo. Ex. Budo taijutsu, Kenjutsu, Iaijutsu, Ninjutsu e etc.

• Budo = O budo é a evolução do bujutsu, juntamente com o bugei; contudo, o budo foi dividido em duas linhas de evolução: a linha esportiva competitiva e a linha de estudo da técnica marcial sem o propósito de guerra, evolução característica da arte marcial, e outras que mantiveram-se desde a antiguidade. Ex: Karate,Kempo, Judo, Aikido, Kendo, Kyudo, etc.

Deuses Japoneses

• Amaterasu
• Susanoo
• Uke mochi
• Oh kuni nushi
• Suku na biko, o deus anão
• Inari, o deus do arroz




A religião xintoísta está na origem de toda a mitologia japonesa. Existe uma noção fundamental nesta crença que é dada pela palavra kami. Um kami não é propriamente aquilo que os ocidentais entendem por "deus", mas é o "supremo", o "elevado", a "divindade", em um sentido muito geral. Tudo pode se tornar um kami: seres humanos, árvores, montanhas ou pedras.
Amaterasu Há muitos mitos que explicam relações naturais. O Sol e a Lua, irmão e irmã, não têm uma vida fácil. No seu reino celestial, cuja estrutura é, muito curiosamente, semelhante à do Japão, estão permanentemente sentados de costas um para o outro, daqui a existência do dia e da noite.

É da deusa do Sol, Amaterasu, que descende a família imperial e de todas as lendas que sobre a deusa se contam, uma das mais conhecidas é a que se refere ao seu retiro numa caverna. Amaterasu e Susanoo não eram propriamente amigos. As suas contribuições como deus das tempestades tinham feito com que Susanoo se tornasse uma personagem incômoda.

Certa vez, foi visitar os domínios de Amaterasu, com o pretexto de pedir perdão por um anterior comportamento incorreto, mas em vez disso, soltou potros malhados nos campos de arroz da deusa, destruindo-os completamente e profanou muitos dos seus bens. Amaterasu, então, retirou-se para uma caverna e o mundo mergulhou na escuridão. E nunca mais saiu, até que uma outra deusa, acompanhada pelas 800 miríades de deus es menores, resolveu executar uma dança, alegre ou obscena, conforme as interpretações, do lado de fora da caverna.


Ao mesmo tempo, os outros deuses faziam um barulho enorme e por fim, cheia de curiosidade, Amaterasu espreitou para fora e viu a sua imagem refletida num espelho que, entretanto, tinha sido confeccionado. Foi este o primeiro espelho, espelho que faz parte das insígnias imperiais do Japão e depois deste episódio, nunca mais a alternância do dia e da noite foi perturbada.

Susanoo Susanoo não se limita a ser apenas o deus das tempestades, também lhe chamam "divindade veloz e impetuosa" ou "o macho impetuoso". Depois do episódio da caverna, foi expulso do reino celestial de Amaterasu e dirigiu-se para a província de Izumo, na costa da ilha de Honshu banhada pelo mar do Japão. Daqui, Susanoo atravessou o oceano em direção à Coréia, no continente, onde plantou florestas com os pelos da sua própria barba, é por isso que esta divindade aparece também relacionada às florestas. Há muitas outras lendas sobre Susanoo onde o seu papel nem sempre é negativo; uma das mais populares é a que conta como matou o dragão de oito cabeças de Izumo.

Com oito taças de saquê, embriagou-o; noutra versão, o saquê tinha sido previamente envenenado. Susanoo tinha assim feito uso da sua coragem e esperteza a fim de salvar uma deusa menor, ainda jovem, cujas irmãs mais velhas tinham sido todas devoradas, uma em cada ano e durante muitos anos, pelo dragão. A heroína era a mais nova e, como era de se esperar, casou com Susanoo. Na cauda do dragão morto, Susanoo encontrou um sabre, o segundo elemento das insígnias imperiais. Numa altura em que não estava zangado com Amaterasu, caso bastante raro, resolveu oferecer-lho, recebendo em troca, as jóias que constituem a terceira e última insígnia do imperador. Amaterasu ainda viria a dar-lhe outras jóias, que Susanoo utilizaria depois para soltar os relâmpagos anunciadores do seu poder.

Uke mochi Assim como o aparecimento das ilhas japonesas, também o aparecimento dos cereais e dos animais ligados à agricultura e à pesca possui uma origem mítica. Amaterasu enviou à Terra o irmão mais novo, o deus da Lua, para verificar se a divindade da alimentação, Uke mochi, estava cumprindo o seu dever. A fim de obsequiar este deus tão importante, Amaterasu e os seus irmãos tinham precedência sobre o resto do panteão, Uke mochi, ao mesmo tempo que olhava para as planícies, abriu a boca e dela saiu arroz já cozido. Da mesma maneira, regurgitou peixes e moluscos enquanto fixava o mar e, olhando para as colinas verdejantes, fez o mesmo com várias espécies de caça.

O deus da Lua, Tsuki, não apreciou nada esta maneira original de servir um banquete e a sua fúria foi tão grande que matou o infeliz Uke mochi. Mas mesmo depois de morto, o corpo deste continuou a cumprir a sua função; da cabeça emergiram vacas e cavalos, das sobrancelhas, bichos-de-seda, o milho-miúdo brotou-lhe da testa e do estômago, nasceu uma planta do arroz. Na mais antiga das duas crônicas xintoístas, Susanoo é apresentado como o deus protagonista desta lenda, mas na crônica mais recente, o Nihongi, é o deus da Lua quem acaba por matar Uke mochi.

Oh kuni nushi Susanoo tinha por genro um deus ainda novo, Oh kuni nushi, "o grande senhor das terras", que, para ter a certeza de casar com a filha de Susanoo, não encontrou método mais eficaz do que o rapto. Depois de prender o cabelo de Susanoo às vigas da casa e de roubar-lhe o sabre, o arco, as flechas e uma harpa, o casal fugiu. Ora, Susanoo que, entretanto, estava a dormir, foi acordado pelas cordas da harpa, que tocavam sozinhas enquanto Oh kuni nushi e a noiva fugiam. Sempre guiado pela música, encontrou-os; mas parece que ficou muito impressionado com a astúcia dos dois, pois não só autorizou o casamento como lhes permitiu guardar os tesouros que tinham roubado. Além disso, deu a Oh kuni nushi o governo da província de Izumo.

Suku na biko, o deus anão Nas suas novas funções, Oh kuni nushi foi muito ajudado por um deus anão chamado Suku na biko, "o célebre homem baixinho". Os dois conheceram-se quando este chegou à costa de Izumo numa pequena jangada. O anão era filho da Divina Deusa das Provisões e muito estimado pelos seus dotes medicinais. Tornou-se inseparável de Oh kuni nushi; juntos curavam as doenças e cultivavam a terra em Izumo. Suku na biko morreu quando trepou em um pé de milho miúdo já maduro; o seu peso, junto ao dos grãos de milho, fez com que a planta se dobrasse e o projetasse em direção ao céu. Mas este deus baixinho ainda hoje, volta e meia, aparece para guiar as pessoas até às nascentes de água quente, coisa que não é de espantar, pois sempre foi uma personagem simpática e amável.

Inari, o deus do arroz Inari, costuma ser representado sob os traços de um homem de barbas, mas parece que existe um certa confusão acerca do seu sexo, pois também pode aparecer como sendo uma deusa. A raposa é a mensageira de Inari, que, de resto, também toma, por vezes, a forma desse animal. Inari é o padroeiro dos alfagemes e, desde tempos mais recentes, de todos os mercadores em geral. Todos os anos, na primavera, o deus dos campos de arroz desce da sua morada nas montanhas e volta para lá no outono, fato que pode estar relacionado com a velha crença xintoísta de que as montanhas possuem espíritos ou deuses.



Budismo - A religião japonesa no Brasil


Em 1925 o budismo penetrou no Brasil, mas apenas há poucos anos formou-se o primeiro grupo oficial da religião aqui em solo brasileiro. São Paulo é o estado no Brasil que tem o maior número de seguidores da religião nipônica, são mais ou menos 200 mil seguidores. Em segundo lugar na lista está o estado do Rio de Janeiro com apenas 500 seguidores. A maioria são jovens que acabaram de se familiarizar com a religião e estão buscando paz espiritual e respostas para seus problemas através da meditação. No Rio a maioria dos budistas são mulheres.
- O sexo feminino sofre mais com os golpes da vida e é mais sensível aos apelos da fé budista, explica reverendo Buka Auruddha. Os budistas cariocas têm particularidades. A maioria deles é jovem, cabeludo e de barba crescida. Talvez por seguirem o exemplo dos Beatles, que andaram meditando no Oriente ou nos hippies que estão se refugiando no Zen Budismo.


Para o monge Murilo Nunes de Azevedo, presidente da Sociedade Budista do Brasil e professor da Escola de Engenharia da PUC, chegou o grande momento do budismo, que já é praticado por mais de 600 milhões de pessoas no oriente "O mundo ocidental precisa do budismo. Nos Estados Unidos já há 5 mil centros. É que o homem moderno, vivendo oprimido por uma sociedade de consumo, neurotizado, preso a falsos valores cada mais procura refugiar-se em algo que o liberte de tudo isto. A meditação budista lhe devolve novas perspectivas. Temos muitos psiquiatras budistas aqui."
No Brasil o budismo está sendo seguido principalmente por estudantes, artistas, intelectuais, que vêem na filosofia budista uma saída. Até mesmo sacerdotes e freiras católicos têm ido de vez em quando meditar no templo de Buda do Rio.

EM PAZ COM BUDA E OS HOMENS

No templo entra quem quer. Basta chegar, tirar os sapatos, pegar um lençol branco e sentar-se para meditar. Muitos jovens estudantes se interessam pelo budismo e toda quinta-feira às 18:30 horas vão com os monges discutir a sua filosofia. Depois das 19 às 20 horas é tempo de meditação, para evitar o mal, fazer o bem e limpar a mente.
O templo é simples e acolhedor, com um altar que serve para ajudar a concentração, com imagens de Buda vindas da Tailândia e do Ceilão.
Os jovens afirmaram que o budismo pode também ser encarado não como uma religião, mas como treinamento físico e mental. O budismo procura a paz de espírito, não como outras religiões, que se baseiam em um ou mais deuses exteriores, mas em algo dentro do próprio indivíduo, o verdadeiro eu. A religião é um caminho que guia o discípulo, mediante vida pura e pensamento puro, até a Suprema Sabedoria e a libertação de todo o mal. Ao invés de colocar um indivisível Deus todo-poderoso acima do homem, Buda elevou o valor da humanidade. O budismo ensina que o homem pode alcançar a salvação pelo próprio esforço, sem depender de Deus ou sacerdotes mediadores. A salvação é o domínio de si. E em 2.500 anos de existência nenhuma gota de sangue foi derramada em nome de Buda e nenhuma conversão jamais foi feita utilizando a força ou qualquer outro método de repressão.

BAIRRO DA LIBERDADE

O PASSADO:
O Bairro da Liberdade, em São Paulo, nasceu em 1912, quando os imigrantes japoneses passaram a residir na Rua Conde de Sardezas. O principal motivo de procurarem essa rua foi o fato de que lá havia muitos porões, e os aluguéis dos quartos eram muito baratos e divididos entre grupos de pessoas. Além disso, por ser um bairro central, a locomoção até os locais de trabalho era facilitada. Para aqueles imigrantes, o Bairro da Liberdade era sinônimo de uma esperança que há muito procuravam.

Já naquela época começaram a surgir atividades comerciais bem como hospedarias, empórios, fabricantes de tofu (queijo de soja), manju (doce japonês), além de firmas agenciadoras de empregos, dando àquela rua um sobrenome: Japonês. Foi fundada também, em 1915, uma escola primária (Taisho Shogakko), que teve papel fundamental na educação das crianças no bairro, que já contava com um número de aproximadamente 300 pessoas.

Em 1932, São Paulo já era moradia de cerca de 2 mil japoneses (600 na Rua Conde de Sardezas) vindos diretamente do Japão e do interior, após encerrarem o contrato de trabalho na lavoura.
Em julho de 1941, o governo suspendeu a publicação de jornais em língua japonesa e em 1942, o governo Getúlio Vargas rompeu relações diplomáticas com o Japão, fechando o Consulado Geral do Japão. No dia 6 de setembro, o governo começou a expulsar os japoneses que moravam no Bairro da Liberdade. Somente em 1945, após a rendição do Japão, na guerra no Pacífico, é que a situação voltou a normalidade.

Em 12 de outubro de 1946, nasceu o jornal São Paulo Shimbun e em 1947, o Jornal Paulista e a Livraria Sol, presente até hoje no bairro, que importa livros japoneses através dos Estados Unidos. Em 23 de julho de 1953, Youshikazu Tanaka inaugurou o Cine Niterói, na Rua Galvão Bueno, no qual eram exibidos semanalmente filmes produzidos no Japão. Em 1965 foi fundada a Associação de Confraternização dos Lojistas do Bairro da Liberdade, precursora da Associação Cultural e Assistencial da Liberdade (ACAL), para defender os interesses do bairro perante as autoridades municipais e estaduais.

A Liberdade passa a ser um bairro famoso pela população japonesa e se torna um local de visitas freqüentes. Em 1967 o Príncipe Herdeiro Akihito e a Princesa Michiko, hoje o Casal Imperial do Japão, visitaram o bairro.

1968 foi o ano de mudanças do bairro. O Cine Niterói teve que se mudar, ruas foram alargadas diminuindo a força comercial do local e a construção da estação Liberdade do metrô, na década de 70, fez com que alguns pontos comerciais desaparecessem.

Aos poucos o bairro deixou de ser um reduto exclusivo dos japoneses, sendo procurado também por chineses e coreanos.


O PRESENTE:

O Bairro da Liberdade se tornou o maior reduto da comunidade japonesa na cidade, a qual, por sua vez, congrega a maior colônia japonesa do mundo, fora do Japão.

Lojas, restaurantes e bares orientais não são os únicos atrativos que o bairro oferece. Além disso, a praça da Liberdade é utilizada como palco para manifestações culturais como o bon odori, dança folclórica japonesa. Artistas e cantores japoneses também passaram a ser recebidos nos palcos dos cinemas.

O bairro recebeu decoração no estilo oriental, com a instalação de lanternas Suzurantõ e em 1973, Liberdade foi vencedora do concurso de decoração de ruas das festas natalinas, graças à iniciativa da Associação da Liberdade. A Feira Oriental passou a ser organizada nas tardes de domingo, com barracas de comida típica e de artesanato a partir de 1974.

Na comemoração dos 70 anos da imigração japonesa no Brasil, em 1978, iniciou-se a prática de Radio Taissô, na praça da Liberdade, no qual dezenas de pessoas fazem uma sessão diária de ginástica. Nas décadas de 80 e 90, as casas noturnas foram substituídas por karaokês.
Outras atrações:
  • Museu Histórico da Imigração Japonesa: localizado no prédio da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa (Bunkyo), no bairro da Liberdade, em São Paulo, possui em rico acervo de fotos, documentos, objetos, lembranças e muitas curiosidades sobre a vinda dos japoneses ao Brasil. A instituição foi inaugurado no dia 18 de junho de 1978, como parte das comemorações do 70º aniversário da imigração japonesa. A cerimônia de abertura contou com a presença do então príncipe herdeiro do Japão, Akihito e do presidente do Brasil Ernesto Geisel. O Museu ocupa atualmente uma área de 1.250 metros quadrados, dividida em três andares, que contam a trajetória dos imigrantes japoneses em ordem cronológica, através de 5 mil objetos, 28 mil documentos e 10 mil fotos.
  • Templo Busshinji: Todo de madeira e com teto piramidal, este templo budista, da Comunidade Soto Zen Shu, de tradição japonesa, foi inaugurado em 1995. Nas visitas e cerimônias, só se entra com pés descalços. No altar há três armários com budas de madeira. Instrumentos percussivos marcam as cerimônias. Além dos ritos semanais, uma vez por mês há a Cerimônia de Kannon, manifestação de Buda ligada à compaixão. O budismo japonês é o que predomina na cidade, embora também haja instituições dedicadas ao budismo chinês e ao tibetano. Além da tradição zen, o budismo do Japão tem variantes que incorporam o sincretismo com o xintoísmo, uma das religiões mais populares no país. É interessante combinar a visita a este templo com uma ao belo Templo Quannin, também budista chinês, situado no viaduto da rua Conselheiro Furtado.

As principais atividades culturais da Liberdade (realizadas com a promoção da ACAL):

  • AbrilHanamatsuri – Festival das Flores, em conjunto com a Federação das Seitas Budistas. O desfile do grande elefante branco carregando o pequeno Buda acontece no sábado.
  • JunhoCampenato de Sumô da Liberdade – grande campeonato com atletas de todo o país. Realiza-se aqui a seleção dos atletas juvenis que representarão o Brasil no Campeonato Mundial de Sumô. A arena (dohyo) e as arquibancadas são montadas em plena praça da Liberdade.
  • JulhoTanabata Matsuri – Festival das Estrelas, em conjunto com a Associação Miyagui Kenjinkai. As principais ruas do bairro são enfeitadas com bambu e grandes enfeites de papel simbolizando as estrelas. Os visitantes colocam um pedaço de papel com pedidos.
  • DezembroToyo Matsuri – Festival Oriental. Apresentação de várias manifestações culturais do oriente. O bairro recebe o Nobori, coloridas bandeiras verticais.
  • DezembroMoti Tsuki – Festival de Final do Ano. O arroz é socado em pilão para a confecção do moti (bolinhos de arroz) que é distribuído aos presentes para dar sorte. Sempre no dia 31 de dezembro.

História do nome do Bairro da Liberdade:

http://www.youtube.com/watch?v=MB1PHFeF46g&feature=related

Matéria do SBT sobre o Bairro da Liberdade:

http://www.youtube.com/watch?v=wAMQ9iR3DW4&feature=related

Guia da Liberdade:

http://www.guiadaliberdade.com.br/index.asp

BIBLIOGRAFIA:

http://www.culturajaponesa.com.br/
http://www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u357106.shtml

ARQUITETURA E DECORAÇÃO JAPONESA

Um dos maiores problemas que o Japão tem que enfrentar é sua alta densidade demográfica: em seus 378 mil km² (equivalente às áreas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina somadas), vivem quase 130 milhões de pessoas (70% da população brasileira). Dessa forma, o preço do metro quadrado é muito alto e o tamanho do lote, muito reduzido, desafiando a criatividade dos arquitetos japoneses. Entretanto, como já vivem com esse problema desde sempre, já incorporaram soluções em seu dia-a-dia: ambientes flexíveis com painéis removíveis dividindo cômodos.

Poliedro desenhado pelo arquiteto Yasuhiro Yamashita para um casal na faixa dos 30 anos que desejava uma casa "única". Moldada em concreto armado numa estrutura metálica chamada rigid frame (apropriada a locais sujeitos a terremotos), a construção multifacetada tira o peso do espaço pequeno. Obter o maior volume possível no terreno de esquina de 45 m² foi o maior desafio do arquiteto.

Futons, tatames e ofurôs já fazem parte do vocabulário do brasileiro. É uma influência dos primeiros japoneses que desembarcaram aqui em 1908 e geraram 1,2 milhão de descendentes. No ano que festejamos o centenário da imigração, é hora de comemorar o que emprestamos do país das cerejeiras. Na casa, móveis baixos, ambientes integrados e painéis de madeira e papel codificam uma linguagem minimalista, nascida muito antes de esse conceito virar moda. É como se o jeito de morar nipônico materializasse as virtudes do espírito zen. Assim, simplicidade e desprendimento constroem uma estética leve, que enxerga promessas de beleza no vazio e na imperfeição.
A decoração japonesa é delicada e cheia de símbolos. Além de presente em materiais como o bambu e a palha, a natureza surge ilustrada em biombos e cerâmicas. Os tatames, feitos de palha de arroz e junco, revestem quartos e salas, que têm móveis baixos e uso múltiplo. Dorme-se e come-se no chão, por isso, é higiênico deixar o sapato no hall, construídos no nível da rua e rebaixado em relação ao resto da casa.


Cerâmicas:


Jardins:

O jardim é planejado para ser visto de qualquer ângulo interno. Apreciado a uma certa distância, o conjunto revela uma assimetria delicada, expressa num jogo de volumes e caminhos. O visual é criado para ser orgânico e principalmente contemplativo. Bonsais, pinheiros e azaléias são elementos fundamentais e se insinuam entre os percursos de pedras brutas, compondo um universo simbólico em pequena escala, com montes, cascatas, riachos e árvores. A visão de um lago com carpas, que é o símbolo de masculinidade, força e longevidade, pacifica a mente.